Vozes-negras nas fronteiras da colonialidade: pedagogia de (re)existência, um modo outro de (des)aprendizagem

Resumen

Este texto é fruto dos diálogos empreendidos com meninas negras e quilombolas acerca dos atravessamentos do racismo nas experiências de vida e aprendizagem. Assim, importa dar a ver como as crianças, sujeitos de si e das próprias histórias, criam possibilidades outras de vida que fazem eclodir uma Pedagogia de (re)existência, a partir da intersecção entre raça, gênero e classe. Para tanto, o pensamento decolonial se constitui como ferramenta interpretativa, elencada para problematizar as amarras colonizadoras que, por tanto tempo, (in)visibilizaram saberes, estéticas, culturas, religiões, modos de ser e viver, subalternizando sujeitos e espaços «outros», não europeus. O que tecemos aqui emerge da intensidade de uma imersão etnográfica, dos sentidos, saberes e fazeres aprendidos no chão de um quilombo urbano. Em suma, o exercício de escuta sensível nos permitiu compreender que nas vozes-negras, meninas e quilombolas, ecoam sentidos e gestos orgânicos de resistência que constituem o que chamamos de Pedagogia de (re)existência – desejo de existência, transformação, criação e ética de si mesmo nas fronteiras da colonialidade. Há, aqui, um modo outro de (des)aprendizagem, de educação antirracista.
  • Referencias
  • Cómo citar
  • Del mismo autor
  • Métricas
BHABHA, H. (1998). O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG.
CAVALLEIRO, E. (2000). Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto.
EVARISTO, C. (2017). Poemas de recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê.
FANON, F. (2008). Peles negras, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA.
GOMES, N. L. (2002). Corpo e cabelo como ícones de construção da beleza e da identidade negra nos salões étnicos de Belo Horizonte. Tese de Doutorado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo.
GOMES, N. L. (2006). Sem perder a raiz: Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica.
GONZALEZ, L. (1982). A mulher negra na sociedade brasileira. Em M. Luz (coord.), O lugar da mulher: estudos sobre a condição feminina na sociedade atual (pp. 87-104). Rio de Janeiro: Graal.
GONZALEZ, L. (1982). O movimento negro na última década. Em L. GONZALEZ e C. HASENBALG, Lugar de negro (pp. 9-66). Rio de Janeiro: Marco Zero.
MALDONADO-TORRES, N. (2007). Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. Em S. CASTRO-GÓMEZ e R. GROSFOGUEL (orgs.), El giro decolonial. Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global (pp. 127-167). Bogotá: Universidad Javeriana-Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores.
MBEMBE, A. (2018). Necropolítica. São Paulo: N-1 edições.
MOREIRA, A. (2018). O que é racismo recreativo? Belo Horizonte: Letramento.
NASCIMENTO, M. B. (1981). Sistemas sociais alternativos organizados pelos negros: dos quilombos às favelas (mimeo). Arquivo Nacional. Fundo Maria Beatriz Nascimento.
PAREDES, J. (2010). Hilando fino. Desde el feminismo comunitario. La Paz: Mujeres Creando Comunidad.
QUIJANO, A. (2009). Colonialidade do Poder e Classificação Social. Em B. de S. SANTOS e M. de P. MENESES (coords.), Epistemologias do Sul (pp. 117-142). Coimbra: Edições Almedina S. A.
RIBEIRO, D. (2018). Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das letras.
SARMENTO, M. J. (2011). A Reinvenção do Ofício de Criança e Aluno. Atos de Pesquisa em Educação, 6, 581-602.
WALSH, C. (2013). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Quito: Ediciones Abya Yala.
WALSH, C. (2017). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir, t. II. Quito: Abya Yala.
Miglio de Mesquita, I., & Santos de Almeida, M. (2022). Vozes-negras nas fronteiras da colonialidade: pedagogia de (re)existência, um modo outro de (des)aprendizagem. Aula, 28, 137–150. https://doi.org/10.14201/aula202228137150

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Ilka Miglio de Mesquita

,
Universidade Tiradentes/UNIT
-

Mirianne Santos de Almeida

,
SEMED/São Cristóvão
-
+