Os anos 1980 e as avaliações em larga escala como fenômeno histórico

Resumen

Atualmente, as avaliações em larga escala constituem-se em uma das ações mais efetivas na definição dos rumos da educação no Brasil. Mas, qual o cenário histórico de surgimento das avaliações em larga escala e quais as implicações de tal cenário para o fortalecimento dessas avaliações? Como tal ação chegou a consubstanciar-se em diretriz política na atualidade? A partir de uma pesquisa bibliográfica pautada por metodologia analítico-reconstrutiva, o texto assume que as avaliações em larga escala brotam como fenômenos datados e históricos especialmente a partir dos anos 1980. Neste sentido, objetiva discutir circunstancial e historicamente os anos 1980 como cenário de preparação para as reformas dos anos 1990 que incluíram também o surgimento das avaliações em larga escala, tangenciando dois posicionamentos: a) as avaliações em larga escala como agenda internacional que materializaram, no campo das políticas educacionais, uma tendência ideológica referenciada e fortalecida na instalação e ampliação do Estado avaliador, e b) as avaliações em larga escala como uma contingência da realidade educacional vigente. Como conclusão, assume-se que o contexto histórico dos anos 1980 representou, por um lado, a sustentação ideológica para as avaliações referidas e, por outro lado, promoveu a justificativa social para os emergentes mecanismos de avaliação em larga escala.
  • Referencias
  • Cómo citar
  • Del mismo autor
  • Métricas
Alavarse, O., Bravo, M. H., & Machado, C. (2013). Avaliações externas e qualidade na educação básica: articulações e tendências. Estudos em Avaliação Educacional, 24(54), pp. 12-31.

Afonso, A. J. (2009). Avaliação educacional: regulação ou emancipação? Para uma sociologia das políticas avaliativas contemporâneas. 4.ª ed. São Paulo: Cortez.

Afonso, A. J. (2001). Reforma do Estado e Políticas Educacionais: entre a Crise do Estado-Nação e a Emergência da Regulação Supranacional. Educação & Sociedade, ano 22, n.º 75, pp. 15-32. .

Barretto, E. S. de S., Pinto, R. P., Martins, A. M., & Duran, M. C. G. (2001). Avaliação na educação básica nos 90 segundo os periódicos acadêmicos. Cadernos de Pesquisa, 114, pp. 49-88. .

Bauer, A., Alavarse, O. M., & Oliveira, R. P. de. (2015). Avaliações em larga escala: uma sistematização do debate. Educação e Pesquisa, 41(spe), pp. 1367-1384. .

Bauer, A. (2019). Avaliação de Redes de Ensino e Gestão Educacional: aportes teóricos. Educação & Realidade, 44(1), e77006. .

Coelho, M. I. de M. (2008). Vinte anos de avaliação da educação básica no Brasil: aprendizagens e desafios. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 16(59), pp. 229-258. .

Cury, C. R. J. (2008). A educação escolar, a exclusão e seus destinatários. Educação em Revista, 48, pp. 205-222. .

Dametto, J.; Esquinsani, R. S. S. (2015) Avaliação educacional em larga escala: performatividade e perversão da experiência educacional. Educação, 4(3), pp. 619-630, set. .

Ferreira, N. S. de A. (2002). As pesquisas denominadas «estado da arte». Educação & Sociedade, 23(79), pp. 257-272. .

Fontanive, N. S. & Klein, R. (2000). Uma visão sobre o Sistema de Avaliação da Educação Básica do Brasil – Saeb. Ensaio, 8(29), pp. 409-439.

Freitas, L. C. (2009) Avaliação educacional: caminhando pela contramão. Rio de Janeiro: Vozes.

Gatti, B. A. (2014). Avaliação: contexto, história e perspectivas. Olh@res, 2(1), pp. 08-26.

Gomes Neto, J. B. & Rosenberg, L. (1995). Indicadores de qualidade do ensino e seu papel no Sistema Nacional de Avaliação. Em Aberto, 15(66), pp. 13-28.

Horta, J. L. (2007). Um olhar retrospectivo sobre a avaliação externa no Brasil: das primeiras medições em educação até o SAEB de 2005. Revista Iberoamericana de Educación, 42(5), pp. 1-13

Morosini, M. C. & Fernandes, C. M. B. (2014). Estado do Conhecimento: conceitos, finalidades e interlocuções. Educação Por Escrito, 5(2), pp. 154-164.

Pestana, M. I. G. de S. (1992). O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica. Estudos em Avaliação Educacional, 05(01), pp. 81-83.

Pestana, M. I. G. de S. (1999). O sistema de avaliação brasileiro. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 79(191), pp. 65-73.

Souza, S. Z. L. de & Oliveira, R. P. de. (2003). Políticas de avaliação da educação e quase mercado no Brasil. Educação & Sociedade, 24(84), pp. 873-895. .

Vianna, H. M. (2000) Avaliação Educacional. São Paulo: IBRASA, 2000.

Werle, F. O. C. (2014). Panorama das políticas públicas na educação brasileira: uma análise das avaliações externas de sistemas de ensino. Revista Lusófona de Educação, 27(27), pp. 159-179.

Zatti, A. M. & Minhoto, M. A. P. (2019). Política de avaliação do desempenho docente nas redes estaduais de ensino do Brasil. Educação e Pesquisa, 45, e188993. Epub 28 de feveiro de 2019. .
Esquinsani, R. S. S. (2019). Os anos 1980 e as avaliações em larga escala como fenômeno histórico. El Futuro Del Pasado, 10, 623–637. https://doi.org/10.14516/fdp.2019.010.001.024

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.
+