Educação antirracista e decolonialidade na educação brasileira: memórias e experiências de professoras e professores

  • Josiane Beloni de Paula
    Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Patrícia Magalhães Pinheiro
    Instituto Federal de Santa Catarina
  • Elison Antonio Paim
    Universidade Federal de Santa Catarina elison04[at]gmail.com

Resumo

Este artigo elucida a urgência em se debater e ampliar a educação antirracista na sociedade brasileira, tendo em vista a realidade que experienciamos desde acolonização, se estendendo para as colonialidades que abrangem o poder, o saber, o ser e a natureza (Quijano, 2005; Lugones, 2014), compreendendo o racismo como pedra angular da colonialidade (Quijano, 2010; Grosfoguel, 2019). Optando, então, pela transformação de uma sociedade no caminho da decolonialidade, por meio de uma pedagogia propositiva e decolonial (Walsh, 2013), ou seja, que faz uma denúncia e um anúncio (Freire, 1987), denunciando o racismo, que estrutura nossa sociedade e anunciando práticas de resistências educacionais antirracistas, que enfrentam e combatem o racismo individual, institucional e estrutural (Almeida, 2018), mantendo a centralidade da educação das relações étnico-raciais na escola. Tomaremos como base para esta construção do artigo as reflexões desenvolvidas nas pesquisas de doutoramento das autoras, ambas defendidas pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no ano de 2020, sob orientação do autor do artigo. Nestes trabalhos acadêmicos privilegiamos a escuta das narrativas, vozes (Ribeiro, 2017), memórias e experiências (Benjamin, 2012) de professoras/es comprometidas/os com a luta antirracista e, por consequente, em uma sociedade democrática, equânime e fraterna.
  • Referencias
  • Cómo citar
  • Del mismo autor
  • Métricas
ADICHIE, C. N. (2019). O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras.
AKOTIRENE, C. (2018). O que é interseccionalidade? Belo Horizonte: Letramento Justificando.
ALMEIDA, S. L. (2018). O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento.
BEATO, J. (1998). Um novo milênio sem racismo na Igreja e na sociedade. CENACORA.
BENJAMIN, W. (2012). Experiência e pobreza. Em Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense.
BERNARDINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N. e GROSFOGUEL, N. (2019). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
CARNEIRO, S. (2011). Racismo, sexismo e desigualdade. São Paulo: Selo Negro.
CRENSHAW, K. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, 10, 171-188. Acesso em 07 abril de 2021, de https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2002000100011
FANON, F. (2008). Pele negra máscaras brancas. Salvador: EDUFBA.
FONSECA, M. V. (2007). A arte de construir o invisível: o negro na historiografia educacional brasileira. Revista Brasileira de História da Educação, 13, 11-50.
FREIRE, P. (1987). Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
FREIRE, P. (2000). Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
GOMES, N. L. (2018). O Movimento Negro e a intelectualidade negra descolonizando os currículos. Em J. BERNARDINO-COSTA, N. MALDONADO-TORRES e N. GROSFOGUEL (orgs.), Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico (pp. 223-246). Belo Horizonte: Autêntica.
GROSFOGUEL, R. (2019). Para uma visão decolonial da crise civilizatória e dos paradigmas da esquerda ocidentalizada. Em J. BERNARDINO-COSTA, N. MALDONADO-TORRES e N. GROSFOGUEL (orgs.), Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico (pp. 55-78). Belo Horizonte: Autêntica Editora.
KILOMBA, G. (2016). Descolonizando o conhecimento. Palestra-Performance proferida na Mostra Internacional de Teatro (MITsp) e no Massa Revoltante que ocorreram em São Paulo, março de 2016. Acesso em 24 de agosto de 2019, de http://www.goethe.de/mmo/priv/15259710-STANDARD.pd
KILOMBA, G. (2019). Memórias de plantação: Episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó.
KRENAK, A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.
LUGONES, M. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Revista de Estudos Feministas, 22(3), 935-952.
PASSOS, J. C. (2012). As desigualdades educacionais, a população negra e a Educação de Jovens e Adultos. Revista EJA em debate, 1, 1-22. Acesso em 01 de abril de 2021, de http://periodicos.ifsc.edu.br/index.php/EJA/article/view/998
PAULA, J. B. (2020). Andarilhagens de professorxs: práticas de resistências negras na escola pública em Pelotas - RS. Tese de doutorado em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina.
PINHEIRO, P. M. (2020). Entre Silenciamentos e Resistências: Educação das Relações Étnico-Raciais nas Narrativas de Professoras/es de Ciências Biológicas da UFSC. Tese de doutorado em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, S. Catarina.
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS. (1998). Gênero e Raça: todos pela igualdade de oportunidades: teoria e prática. Brasília: MTb-a/Assessoria Internacional.
QUIJANO, A. (2000). ¡Qué tal raza! Revista del CESLA, 1, 192-200.
QUIJANO, A. (2005). Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. Em E. LANDER (org.), La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO.
QUIJANO, A. (2010). Colonialidade do poder e classificação social. Em B. de Souza Santos (orgs.), Epistemologia do sul (pp. 84-130). São Paulo: Cortez.
RIBEIRO, D. (2017). O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento Justificando.
RIBEIRO, D. (2019). Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras.
SANTOS, B. S. (1997). Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez.
SANTOS, B. S. e MENESES, M. P. (2013). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez.
SANTOS, J. R. (1984). O que é racismo. São Paulo: Editora Brasiliense.
SCHUCMAN, L. V. (2020). Qual é o papel dos brancos na luta contra o racismo. Entrevista realizada por Juliana Domingos de Lima para Nexo Jornal. Acesso em 24 de junho de 2020, de https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2020/06/16/Qual-%C3%A9-o-papel-dos-brancos-na-luta-contra-o-racismo
WALSH, C. (2013). Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir, tomo I. Quito: Ediciones Abya-Yala.
WALSH, C. (org.). (2017). Pedagogias decoloniais: práticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir, tomo II. Quito: Ediciones Abya Yala.
Beloni de Paula, J., Magalhães Pinheiro, P., & Paim, E. A. (2022). Educação antirracista e decolonialidade na educação brasileira: memórias e experiências de professoras e professores. Aula, 28, 161–173. https://doi.org/10.14201/aula20222816173

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Josiane Beloni de Paula

,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
-

Patrícia Magalhães Pinheiro

,
Instituto Federal de Santa Catarina
-

Elison Antonio Paim

,
Universidade Federal de Santa Catarina
-
+