Corpo, resistência e gênero: uma análise do testemunho de María Amélia de Almeida da teoria do gênero

Resumo

Este artigo é parte de uma pesquisa mais ampla, cujo objetivo é interpretar os depoimentos e testemunhos de prisão política de mulheres latino-americanas, utilizando a teoria feminista para estabelecer novos parâmetros para a compreensão e configuração da mulher na história enquanto sujeito sócio-político ativo. Nesse caso, o testemunho da brasileira Maria Amélia de Almeida será analisado, entendido como um espaço de enunciação válida de uma experiência limite, construída a partir da troca de vivências subjetivas, capazes de reafirmarem a mulher como sujeito político, inserido num contexto de prisão, violência e transgressão. Assim, a sobrevivente explicará como o gênero, enquanto estrutura social, constrói relações desiguais e legitima as diferenças, não apenas na participação política do próprio partido, mas também, e acima de tudo, na repressão sofrida, com foco na maneira pela qual a dimensão psicológica das torturas sexuais também adquire um caráter particular de gênero.
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Biografia do Autor

Consuelo Díaz Muñoz

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Universidad de Santiago
Mestrado em Arte, Pensamento e Cultura latino-americanos pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Santiago (Santiago do Chile, Chile).
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