A memória fotográfica preservada em jornais operários salvos da ditadura

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal reconstruir alguns aspectos da história do trabalho e das lutas dos trabalhadores através da pesquisa e identificação de fotografias em jornais operários do Arquivo Social da Memória Operária Brasileira (ASMOB, 1900-1930), originalmente, Arquivo Astrojildo Pereira, nome de seu organizador, que foi um jornalista, literato e militante anarquista e comunista no início do século XX. De modo complementar, apresentamos, em linhas gerais, como o Arquivo foi resgatado da Ditadura Militar no Brasil, nos anos 1970. Tivemos por metodologia os jornais e a fotografia como fontes históricas e a história oral baseada nos depoimentos das três principais protagonistas do resgate do Arquivo de São Paulo para o Rio de Janeiro e, daqui para Milão (Itália). No estudo da fotografia na imprensa operária da época, e no reconhecimento do percurso de resgate do Arquivo, assumimos a história como processo de vida e a história como método de pesquisa, no contexto de cada conjuntura social. São conclusões principais: a importância dos jornais operários para a memória e a história das condições de vida, de trabalho, de educação e de organização dos trabalhadores no início do século passado; a reiteração nos jornais, das poucas fotografias disponíveis nas redações; as ações de grande coragem e resistência ao autoritarismo da Ditadura no salvamento do Arquivo; a importância fundamental dessa documentação (jornais, cartas, panfletos, fotografias etc.) para a história do trabalho e da educação.
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Biografia do Autor

Maria Ciavatta

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Universidade Federal Fluminense
Professora Titular de Trabalho e Educação e do programa de pósgraduação em Educação da Universidade Federal Fluminense.
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