As oportunidades para a prática de corrupção administrativa oferecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro: uma visão crítica

Resumo

Com o aumento do interesse por parte da academia em abordar o tema da corrupção, é importante avançar no sentido de verificar os facilitadores dessa prática na seara administrativa. A hipótese principal é a de que o próprio Direito cria oportunidades para a corrupção em lugar de combatê-la. A partir de uma análise bibliográfica crítica, tenta-se demonstrar que a legislação referente à contratação pública favorece práticas corruptas, por meio de um exame dos custos e benefícios, avaliando o grau de favorecimento que a própria lei concede aos agentes que pretendem praticar atos de corrupção.
  • Referencias
  • Cómo citar
  • Del mismo autor
  • Métricas
AA.VV. (2010). Encuesta: Corrupción Política. Teoría y Realidad Constitucional, nº 25, 1º semestre. Madri: UNED. pp. 15-55.

ABRAMO, C. W. (2014). A ditadura da burocracia. Recuperado de [http://www.transparencia.org.br/docs/prazos-pac.pdf]. Consultado [30/10/2014].

ARANTES, R. B. (2010). Corrupção e instituições políticas: Uma análise conceitual e empírica. Trabalho apresentado no VII Encontro Brasileiro de Ciência Política, Recife, 4-7 agosto de 2010. p. 31. Recuperado de [http://www.itevaldo.com/ wp-content/uploads/2010/09/corrup%C3%A7%C3%A3oe-institui%C3%A7%C3%B5es-pol%C3%ADticas.pdf] Consultado [17/10/2014].

AVRITZER, L.; FILGUEIRAS, F. (2011). Corrupção e controles democráticos no Brasil. Brasília: IPEA/CEPAL. Recuperado de [http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1402/1/ TD_1550.pdf]. Consultado [10/10/2014].

Brasil. (2014). Comissão aprova nova Lei de Licitações. Recuperado de [http://www12.senado.gov.br/noticias/ materias/2013/12/12/comissao-aprova-nova-lei-delicitacoes].Consultado [28/10/2014].

BREI, Z. A. (1996). Corrupção: dificuldades para definição e para um consenso. RAP – Revista de Administração Pública, vol. 30, nº 1, jan./fev. Rio de Janeiro: FGV. pp. 64-77.

BROOKS, R. C. (1978). The Nature of Political Corruption. Em: HEIDENHEIMER, A. J. (ed.). Political Corruption – Readings in Comparative Analysis. New Jersey: Transaction. pp. 56-61.

BUSTOS GISBERT, R. (2010). Corrupción Política: Un Análisis desde la Teoría y la Realidad Constitucional. Teoría y Realidad Constitucional, nº 25, 1º semestre. Madri: UNED. pp. 69-109.

CAPOBIANCO, E. R. e ABRAMO, C. W. (2014) Licitações e contratos: os negócios entre o setor público e o privado . Recuperado de [https://bvc.cgu.gov.br/ bitstream/123456789/2887/1/licitacoes_contratos_ negocios_setor.pdf]. Consultado [01/11/2014].

CARDOSO, F. H. (2006). A arte da política: a história que vivi. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

CROZIER, M. (1981). O fenômeno burocrático: ensaio sobre as tendências burocráticas dos sistemas de organização modernos e suas relações, na França, com o sistema social e cultural. Brasília: Editora Universidade de Brasília.

DENTE, B. e SUBIRATS, J. (2014). Decisiones públicas: Análisis y estudio de los procesos de decisión en políticas públicas. Barcelona: Ariel.

DOWNS, A. (1957). An economic theory of political action in a democracy. The journal of political economy, vol. 65, i. 2, apr., University of Chicago Press ,. pp. 135-150. Recuperado de [http://www.hec.unil.ch/ocadot/ECOPOdocs/cadot2.pdf]. Consultado [15/10/2014].

EHRLICH, E. (1967). Fundamentos da Sociologia do Direito. Brasília: Editora UnB.

FILGUEIRAS, F. e ARANHA, A. L. M. (2011). Controle da corrupção e burocracia da linha de frente: regras, discricionariedade e reformas no Brasil. Dados – Revista de Ciências Sociais, vol. 54, nº 2, Rio de Janeiro. pp. 349-387.

GABARDO, E. (2002). Princípio constitucional da eficiência administrativa. São Paulo: Dialética.

GABARDO, E. (2009). Interesse público e subsidiariedade – O Estado e a sociedade civil para além do bem e do mal . Belo Horizonte: Fórum.

GABARDO, E. e ROCHA, I. G. (2014).Improbidade administrativa e suspensão dos direitos políticos no contexto da preponderância pragmática do interesse público. Em: SANTANO, A. C; SALGADO, E. D. Direito Eleitoral – Debates Ibero-americanos. Curitiba: Íthala. pp. 257 - 274.

GARCÍA, E. (2000). El Estado Constitucional ante su ‘Momento Maquiavélico’. Madri: Civitas.

GARCÍA, E. (2010). Istorie Fiorentini de Maquiavelo: Una primera definición moderna de corrupción. Teoría y Realidad Constitucional , nº 25, 1º semestre. Madri: UNED. pp. 57 - 67.

GORDILLO, A. (2003). Una celebración sin gloria. Em: BIDART CAMPOS, G. J. (dir.). 150° Aniversario de la Constitución Nacional. Buenos Aires: La Ley. pp. 13 - 24.

GUIMARÃES, E. (2014). Causas extintivas do processo licitatório. Revista Brasileira de Direito Público – RBDP, ano 12, nº 45, abr./jun. pp. 189 - 208.

HACHEM, D. W. (2011). Princípio constitucional da supremacia do interesse público. Belo Horizonte: Fórum.

HOETJES, B. J. S. (1986). Administrative corruption in the Netherlands: recent cases and recent developments. Corruption and reform, vol. 1, nº 2. pp. 133 -141.

J. LAPORTA, F. (1997). La Corrupción Política: Introducción General. Em: J. LAPORTA, F.; ÁLVAREZ, S. (eds.). La Corrupción Política. Madri: Alianza. pp. 19 - 38.

KELMAN, S. (1994). Deregulating Federal Procurement: Nothing to fear but discretion itself?. Em: DILULIO Jr., J. J. Deregulating the public service: Can government be improved? Washington D.C.: The Brookings Institute. pp. 102 -128.

KELSEN, H. (1995). Teoria Geral do Direito e do Estado. São Paulo: Martins Fontes. 2ª ed.

KLITGAARD, R. (1994). A corrupção sob controle. Rio de Janeiro: Zahar.

LOWI, T. (1964). American business, public policy, case studies and political theory. World politics, vol. 16, nº 4, july. pp. 677 - 715.

MAIRAL, H. A. (2007). Las raíces legales de la corrupción – o de cómo el derecho público fomenta la corrupción en lugar de combatirla . Buenos Aires: Rap.

MATTOS, C. (2014). Modalidade de licitação e cartéis no Brasil . Estudo Agosto 2014. Recuperado de [http://www2.camara. leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/estnottec/ tema10/2014_13626.pdf]. Consultado [26/10/2014].

MONTORO FILHO, A. F. (2012). Corrupção, ética e economia – reflexões sobre a ética concorrencial em economias de mercado . Rio de Janeiro: Elsevier.

MOREIRA NETO, D. de F.; FREITAS, R. V. de. (2014). A juridicidade da lei anticorrupção – reflexões e interpretações prospectivas. Fórum Administrativo, vol.14, nº 156, fev. 2014. Recuperado de [http://dspace/xmlui/bitstream/item/9896/ PDIexibepdf.pdf?sequence=1]. Consultado [17/08/2014].

MOTTA, F. C. P. (1981). O que é burocracia. Brasília: Editora Brasiliense.

MOTTA, F. C. P. e BRESSER-PEREIRA, L. C. (2004). Introdução à organização burocrática. São Paulo: Pioneira.

RIZEK JR., R. N. (2009). O processo de consolidação e organização legislativa. Universidade de São Paulo. Tese de doutorado para o programa de Direito da Universidade de São Paulo, Largo São Francisco. 355 p.

RODRIGUEZ-ARANA, J. (2004). Ética, poder y Estado. Buenos Aires: Rap.

ROSE-ACKERMAN, S. (2001). La corrupción y los gobiernos – causas, consecuencias y reforma. Madri: Siglo XXI.

SANTANO, A. C. (2015). Uma introdução ao estudo da corrupção política nas sociedades democráticas dentro do paradigma do estado de direito. Paraná Eleitoral, vol. 4, nº 1. pp. 23 - 138

SILVEIRA, A. M. D. da. (2008). A função consultiva da Advocacia-Geral da União na prevenção da corrupção nas licitações e contratações públicas. Debates em Direito Público, ano 7, nº 7, out. pp. 59 - 91.

TANZI, V. (1998). Corruption and the budget: problems and solutions. Em: JAIN, A. K. Economics of corruption . London: Kluwer. pp. 111 - 128.

TREVISAN, A. M.; CHIZZOTTI, A.; et al . O combate à corrupção nas prefeituras do Brasil. Recuperado de [http://www. transparencia.org.br/docs/Cartilha.html]. Consultado [31/10/2014].

VILLORIA MENDIETA, M. (2006). La corrupción política. Madri: Sintesis.

WALD, A. (2014). A ação de improbidade administrativa. Recuperado de [http://www.camara.rj.gov.br/setores/ proc/revistaproc/revproc2002/arti_arnold_rodrigo.pdf]. Consultado [28/10/2014].

WEBER, M. (1994). Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília.

ZAGO, L. M. A. K. (2001). O princípio da impessoalidade. Rio de Janeiro: Renovar.
Santano, A. C., & Blanchet, L. A. (2016). As oportunidades para a prática de corrupção administrativa oferecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro: uma visão crítica. Revista De Estudios Brasileños, 3(4), 136–146. https://doi.org/10.14201/reb201634136146

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Claudia Santano

,
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Pós-doutoranda em Direito Público Econômico pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Luiz Alberto Blanchet

,
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Professor titular e do programa de pós-graduação de Direito Administrativo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
+