Os fios da memória: os direitos coletivos à luz da história

Resumo

Os afrodescendentes foram de grande importância para o desenvolvimento econômico e social do Nordeste Brasileiro. Esses indivíduos tinham como formas e espaços de resistência, os quilombos e as irmandades negras onde perpetuaram suas práticas e conhecimentos. No Seridó, há um registro da presença dessas irmandades desde meados do século XIX, no entanto, ao longo dos anos, a historiografia oficial encobriu esses indivíduos e os retratou de forma a aliviar seu sofrimento e ocultar os direitos violados. Aqui apresentamos alguns elementos que revelam os processos constitutivos de uma amnésia generalizada ao falar sobre o tempo de cativeiro e mostramos os caminhos percorridos para recuperar uma história que não foi contada. Nesse sentido, a memória coletiva e a tradição cultural nos auxiliam nesse exercício de evocação do passado, justificando pesquisas recentes de direitos territoriais por essas minorias étnicas. O exemplo da comunidade quilombola de Boa Vista, que redescobre seu passado, é de grande importância, pois ilustra a difícil
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