Religião e mobilidade humana

produção de moralidades no âmbito de uma nova política migratória nacional

Resumo

Este artigo investiga a participação de práticas religiosas junto ao poder público, no âmbito da construção de políticas públicas para imigrantes e refugiados no Brasil. Mediante fóruns sociais e comitês gestores voltados ao tema da mobilidade humana, sublinha o protagonismo desempenhado pela Igreja católica (com destaque para a ordem dos scalabrinianos) no atendimento às populações migrantes. Por meio do instrumento do visto humanitário e de um anteprojeto de lei das migrações, a análise dá-se a partir da perspectiva histórica de formação de um determinado carisma religioso com vistas a explorar as tensões e ambiguidades do humanitarismo. Noções como “tráfico de pessoas” correm de forma paralela às experiências dos sujeitos migrantes, o que traz uma potente complexidade ao campo do governo humanitário, permeado por narrativas hegemônicas e por práticas e saberes de moralização social.
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