Patrimônio cultural afro-brasileiro: mapeando questões nas Artes Visuais

Resumo

Este artigo tem por objetivo mapear questões que envolvem o reconhecimento do patrimônio cultural afro-brasileiro referente às Artes Visuais. O campo de pesquisa que conecta África, Brasil e o patrimônio cultural é impreciso e aberto a múltiplas abordagens. Por meio de uma pesquisa cartográfica, indica os fundamentos históricos que atravessam a densa, e tensa, discussão em torno da categoria arte afro-brasileira e o reconhecimento desse patrimônio artístico no século XX. Identifica o patrimônio afro-brasileiro como um conjunto de práticas diversas, produzidas por afrodescendentes ou não, que problematizam ética e esteticamente as matrizes culturais africanas e ou a condição social de afrodescendentes. Conclui que esse patrimônio tem sofrido um processo de constrangimento, que se perpetua em anacrônicas práticas discriminatórias, em função do projeto de branqueamento da nação brasileira. O patrimônio cultural afro-brasileiro começa e termina nas pessoas e suas práticas, nos repertórios das comunidades de hoje e de ontem, que o recriam aqui e agora.
  • Referencias
  • Cómo citar
  • Del mismo autor
  • Métricas
Brasil. Presidência da República. (2017). Índice de vulnerabilidade juvenil à violência 2017. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Canclini, N. (2012). A sociedade sem relato. São Paulo: Edusp.

Carneiro, A. S. (2005). A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Castriota, L. B. (2011). Conservação e valores: pressupostos teóricos das políticas para o patrimônio. Em M. A. de F. Gomes, & E. L. Correa (Orgs.). Reconceituações contemporâneas do patrimônio (pp. 49-66). Salvador: EDUFBA.

Cerqueira, D. (2018). Atlas da Violência IPEA/FBSP 2018. Rio de Janeiro, IPEA/FBSP.
Chauí, M. (2013). Representação política e enfrentamento ao racismo. III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (pp. 1-7). Brasília: Conapir.
Conduru, R. (2007). Arte afro-brasileira. Belo Horizonte: C/ Arte.

Conduru, R. (2014). Desafios da pesquisa em história da arte hoje. ARJ Brasil, 1(1), 197-205.

Correa, S. M. de S. (2008). Presentismo negro: um tópico subjacente na história afro-brasileira. Anos 90, 15(27), 257-285.

Costa, L. B. (2014). Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista Digital do LAV, Santa Maria, 7(2), 66 – 77.

Cunha, M. C. (1983) Arte afro-brasileira. Em W. Zanini (Coord.). História geral da arte no Brasil (pp. 975-1033). São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles.

Cunha, M. N. B. da. (2017). Museus, memórias e culturas afro-brasileiras. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, nº 5, 78- 88.

Felinto, R. A. & Silva, S. J. da.(2016). Educação e relações étnico-raciais. São Paulo: Editora UNIFESP.

Fonseca, M. C. L. (2003). Para além da pedra e cal. Em R. Abreu & M. Chagas (Orgs.). Memória e Patrimônio (pp. 56-76). Rio de Janeiro: DP&A.

Foucault, M. (1986). Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense.

Freyre, G. (2003). Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global.

Hall, S. (2003) Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Kehl, R. (1929). Educação e Eugenia. Boletim de Eugenia, 1(9), p. 2.

Kehl, R. (1930). Crescei e multiplicai-vos. Boletim de Eugenia, 2(8), p. 3.

Lauriano, J. (2015). Terra Brasilis: invasão, etnocídio e apropriação cultural. Website do artista. Disponível em [http://pt.jaimelauriano.com/terra-brasilis-1].

Lima, A. R. (2012). Patrimônio cultural afro-brasileiro: as narrativas produzidas pelo Iphan a partir da ação patrimonial. Rio de Janeiro: IPHAN.

Luz, N. C. do P. (2006). História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Boletim TVe, nº 20, 12-20.

Melo, A. (2012). Sistema da arte contemporânea. Lisboa: Documenta.

Moreno, P. P. G. & Mignolo W. (2012). Estéticas decoloniales. Bogotá: Universidad Distrital Francisco José de Caldas.

Munanga, K. (2000). Arte Afro-Brasileira: O que é afinal? Em N. Aguilar (Org.). Mostra do Descobrimento: Arte Afro-brasileira (pp. 98-109). São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais.

Nascimento, A. (1968). Cultura e estética no Museu de Arte Negra. GAM: Galeria de Arte Moderna, nº 14, 21-22.

Oliveira, M. O. & Mossi, C. (2014). Cartografia como estratégia metodológica: inflexões para pesquisa em educação. Conjecturas, 19(3), 185-198.

Orappa (1994). Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro. O Rappa. Rio de Janeiro: Sony.

Quijano, A. (2005). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais- perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO.

Salum, M. H. L. (2000). Cem anos de Arte afro-brasileira. Em N. Aguilar (Org.). Mostra do Descobrimento: Arte Afro-brasileira (pp. 112-121). São Paulo: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais.

Silva, T. D. da. (2012). O estatuto da igualdade racial. Rio de Janeiro: IPEA.

Theodoro, M. (2008). As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição. Brasília: Ipea.

Valladares, C. do P. (1968). O negro brasileiro nas artes plásticas. Cadernos Brasileiros, 10(47), 97-109.
Sardelich, M. E. (2019). Patrimônio cultural afro-brasileiro: mapeando questões nas Artes Visuais. Revista De Estudios Brasileños, 6(12), 205–218. https://doi.org/10.14201/reb2019612205218

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Emilia Sardelich

,
Universidade Federal da Paraíba
Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA, Brasil). Professora do programa associado de pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal da Paraíba e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPB; UFPE, Brasil).
+