A III Conferência Pan-americana no Rio de Janeiro (1906) e as relações entre Brasil e Estados Unidos

Resumo

A III Conferência Pan-americana realizada no Rio de Janeiro em 1906 significou um marco importante para as relações entre Brasil e Estados Unidos, mas permanece pouco estudada. O objetivo deste trabalho é colaborar para suprir esta lacuna. Para isso, o texto está dividido em três partes. Na primeira, apresento os antecedentes da Conferência, descrevendo os principais resultados dos eventos anteriores e demonstrando como eles impactaram a formulação da agenda para o Rio. Na segunda parte, descrevo brevemente o clima em que ocorreria o evento, recuperando o debate no Brasil sobre as relações com os Estados Unidos e o Pan-americanismo. Destaco as diferentes perspectivas de atores relevantes no processo de formulação da política exterior brasileira, como o Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco e Oliveira Lima. Finalmente, procuro analisar tanto o significado simbólico como os resultados práticos da Conferência para as relações interamericanas de forma geral e entre Brasil e Estados Unidos em particular.
  • Referencias
  • Cómo citar
  • Del mismo autor
  • Métricas
Alonso, A. (2002). Idéias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil-Império . São Paulo: Paz e Terra.

Alonso, A. (2006). Nabuco na intimidade. Novos Estudos - CEBRAP , 74, 201-205. https://doi.org/10.1590/S0101-33002006000100013

Armani, C. H. (2005). Exterior constitutivo e interior transitivo: os componentes identitários do Brasil e seus outros no pensamento de Eduardo Prado. Estudos Ibero-Americanos, XXXI (1), 167-180. https://doi.org/10.15448/1980-864X.2005.1.1331

Brasiliense de Almeida e Melo, A. (1878). Manifesto Republicano de 1870. In Os programas dos partidos e o 21 Imperio (pp. 59-88). São Paulo: Typographia de Jorge Seckler.

Broca, B. (2005). A vida literária no Brasil - 1900 (5ª ed.). Rio de Janeiro: José Olympio; Academia Brasileira de Letras.

Bueno, C. (2012). O Barão do Rio Branco no Itamaraty (1902 - 1912). Revista Brasileira de Política Internacional, 55(2), 170-189. https://doi.org/10.1590/S0034-73292012000200010

Burns, E. B. (1966). The unwritten alliance: Rio-Branco and Brazilian-American relations. New York: Columbia University Press.

Castro, R. B. de. (1926). Historico e descripção dos Edificios da Cadeia Velha, Palacio Monroe e Bibliotheca Nacional. Rio de Janeiro: Empreza Brasil Editoria.

Conferencia internacional americana: dictámenes de las comisiones permanentes y debates a que dieron lugar. (1890). Washington, D.C.: Government Printing Office.

Dulci, T. M. S. (2013). As Conferências Pan-Americanas (1889 a 1928). Identidades, união aduaneira e arbitragem. São Paulo: Alameda.

Franco, A. da C. (Ed.) (2005). Com a palavra, o Visconde do Rio Branco. A política exterior no Parlamento Imperial. Rio de Janeiro: CHDD/FUNAG.

Henrich, N. (2016). Ser ou não ser antiamericano? Os Estados Unidos na obra de Oliveira Lima. Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

Leonzo, N. (1987). A historiografia brasileira anti-republicana: a obra de Eduardo Prado. Rev. Inst. Est. Bras., 27, 103-112.

Lima, O. (1896). Sept Ans de République au Brésil, 1889-1896 . Nouvelle Revue. Paris: Librairie de la "Nouvelle Revue."

Lima, O. (1980). Pan-americanismos: Monroe, Bolivar, Roosevelt. Brasília; Rio de Janeiro: Senado Federal; Fundação Casa de Rui Barbosa, MEC.

Lins, A. (1945). Rio-Branco (o barão do Rio Branco) 1845-1912. São Paulo: J. Olympio.

Lisboa, P. O. (1888, june 14). O Paiz. Rio de Janeiro.

Lyra Júnior, A. A. de. (2008). Brasil e Estados Unidos nas percepções de Oliveira Lima e Salvador de Mendonça. História Revista, 13(2), 315-330. https://doi.org/10.5216/hr.v13i2.6615

Mr. Root's Trip. (1906, june 29). The Evening Star. Washington, D.C.

Nabuco, C. (1929). A vida de Joaquim Nabuco. São Paulo: Companhia Editora Nacional.

Nabuco, J. (2005). Diários. Rio de Janeiro; Recife: Bem-Te-Vi; Fundação Joaquim Nabuco; Editora Massangana.

Nabuco, J. & Nabuco, C. (1949a). Cartas a Amigos I (Vol. I). São Paulo: Instituto Progresso Editorial S.A.

Nabuco, J. & Nabuco, C. (1949b). Cartas a amigos II (Vol. II). São Paulo: Instituto Progresso Editorial S.A.

Notas e Informações. (1910). O Estado de São Paulo ( p. 4). São Paulo.

Palacios, G. (2008). Intimidades, conflitos e reconciliações: México e Brasil, 1822-1993. São Paulo, SP, Brasil; México DF: Edusp, SRE-Secretaría de Relaciones Exteriores.

Pereira, G. T. (2009). A diplomacia da americanização de Salvador de Mendonça (1889-1898) . São Paulo: Cultura Acadêmica. https://doi.org/10.7476/9788579830068

Pereira, P. (2006). A política externa da Primeira República e os Estados Unidos: a atuação de Joaquim Nabuco em Washington, 1905-1910. São Paulo: Editora Hucitec; FAPESP. https://doi.org/10.1590/S0034-73292005000200006

Perkins, D. (1941). Hands Off. A History of the Monroe Doctrine . Boston: Little, Brown and Company.

Prado, A. A. (2004). Um paladino da monarquia na imprensa republlicana. Remate de Males, 24, 33-50. https://doi.org/10.20396/remate.v24i2.8636075

Prado, E. (1890). Fastos da dictadura militar no Brazil. [S.l.: s.n.].

Prado, E. (1980). A ilusão americana. São Paulo: Instituição Brasileira de Difusão Cultural.

Rio Branco. (2012). Obras do Barão do Rio Branco. Discursos (Vol. IX). Brasília; Rio de Janeiro: FUNAG, Fundação Alexandre de Gusmão.

Secretary Root Leaves New York on Charleston. Forts Thunder Slautes to Distinguished Cabinet Official (1906, july 4). The Washington Times . Washington, D.C.

Veríssimo, J. (2003). Homens e coisas estrangeiras 1899-1908. Rio de Janeiro: Topbooks.

Viana Filho, L. (1959). A vida do barão do Rio Branco . Rio de Janeiro: J. Olympio.

Vilalva, M. (1995). O Barão do Rio Branco: seu tempo, sua obra e seu legado. Revista Brasileira de Política Internacional, 38(1), 117-124.

Wilgus, A. C. (1932). The Third International American Conference at Rio de Janeiro, 1906. The Hispanic American Historical Review, 12(4), 420-456. https://doi.org/10.2307/2506503
Henrich, N. (2017). A III Conferência Pan-americana no Rio de Janeiro (1906) e as relações entre Brasil e Estados Unidos. Revista De Estudios Brasileños, 4(8), 90–101. https://doi.org/10.14201/reb20174890101

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nathalia Henrich

,
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Doutora em Sociologia. Pesquisadora de pós-doutorado (PNPD-CAPES) e professora associada da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, Brasil).
+