A migração de retorno para o Brasil no contexto da crise econômica

Resumo

O paradoxo da mobilidade espacial da população está presente no modo de produção capitalista, mesmo em sua fase primitiva. A crise no padrão de acumulação do capital fordista, no final dos anos 1960 e princípios dos anos 1970, e sua passagem para um padrão flexível, provocou uma série de transformações não apenas na economia, mas também no modo de vida das populações. Esse novo modelo, cuja face política era o neoliberalismo, que apregoava o Estado mínimo, passou a impor barreiras à livre circulação de pessoas para os países do centro hegemônico. Trinta e poucos anos depois, a crise econômica iniciada nos países centrais, como prolongamento e reflexo de problemas não superados da crise anterior, acabou por gerar uma onda de retorno e reemigrações, passando o Brasil a figurar entre os países receptores de importantes volumes de fluxos de migração de retorno. Nesse sentido, o presente artigo buscará tratar das relações entre os fatores que provocaram tanto a saída quanto o retorno dos brasileiros, assim como, através de dados empíricos, identificar como se deu a reinserção dos migrantes no Brasil, a partir da localização geográfica e a reintegração no mercado de trabalho.
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Biografia do Autor

Antônio Tadeu Ribeiro De Oliveira

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Universidade Estadual de Campinas
Doutor em Demografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisador Associado do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra).
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