50 anos depois: as origens do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento e sua ligação com a Fundação Ford

Resumo

Este artigo procura desmontar a ideia de que a produção de conhecimento na região está subordinada a padrões estrangeiros. Para isso, analisou-se a relação estabelecida, durante a ditadura militar brasileira, entre um centro de pesquisa brasileiro, o CEBRAP, composto por intelectuais de alto prestígio acadêmico, e uma instituição norte-americana, a Ford Foundation, de importante poder econômico. Para lidar com a complexidade desse fenômeno, ocorrido no âmbito de uma ditadura destrutiva-construtiva, foi necessária uma perspectiva histórica, combinada com uma abordagem qualitativa, que nos permitiu aprofundar em diferentes aspectos. Em termos gerais, a relação era formada por um grupo de cientistas sociais expulsos das salas de aula das universidades, com posições contrárias à ditadura, que, em um esforço para manter sua autonomia frente ao Estado autoritário, buscaram financiamento da Fundação para a criação de um centro de pesquisa alternativo para a universidade. Suas agendas de pesquisa foram fortemente influenciadas pelo contexto político e social do país, e não pelas diretrizes da Fundação, que lhe financiara graças à afinidade entre os interesses da instituição e dos intelectuais cebrapianos.
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Biografia do Autor

Macarena Alegría García

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Leiden University
Bacharel e mestre em Sociologia pela Universidad Alberto Hurtado (Santiago, Chile). Doutoranda no Institute for History – Leiden University (Leiden, Países Bajos).
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