FUNÇÃO VESTIBULAR, INCAPACIDADE E SINTOMAS EMOCIONAIS RELACIONADOS A MIGRANEA

Resumen

Introdução Migrânea e sintomas vestibulares são comuns na prática clínica e podem se apresentar de diversas maneiras. A compreensão da relação da migrânea com os sintomas vestibulares ainda é um desafio. Objetivos Avaliar os aspectos emocionais e a função vestibular de pacientes com migrânea comparados a um grupo controle. Métodos Mulheres entre 18 e 55 anos diagnosticadas por neurologistas foram classificadas em migrânea sem aura (n=30), migrânea com aura (n=30), migrânea crônica (n=30) e controle (n=30). A incapacidade relacionada aos sintomas vestibulares foi avaliada através do Dizziness Handcap Inventory (DHI); o score de depressão pelo PQ-9; a avaliação vestibular pela eletronistagmografia e prova rotatória pendular decrescente (rotational chair). Resultados Os grupos foram pareados por idade (média de 32.7 anos). A tontura não vertiginosa foi a mais prevalente nos três grupos com cefaleia (x² 66.6; p<0.001). A presença de fotofobia durante os episódios de tontura foi significativa (x² 60.6; p<0.001): 63.3% no grupo migrânea sem aura, 86.7% no migrânea com aura, 73.3% no migrânea crônica. Assim como na fonofobia (x² 61.8; p<0.001): 50% na migrânea sem aura, 83.3% na migrânea com aura, 70% na migrânea crônica.O DHI apresentou maior média de score nos grupos com migrânea: sem aura, 22.06; com aura, 39.73; e crônica, 31.93 e no controle 1.4; Em todos os grupos com migrânea os aspectos físicos do DHI tiveram maior impacto se comparados aos funcionais e emocionais. A intensidade da depressão por meio do PQ-9 foi minima no grupo controle (53.3%), leve nos grupos migrânea sem aura (36.7%) e com aura (33.3%), e moderada no grupo migrânea crônica (30%). Nos testes de função vestibular, a prova rotatória pendular decrescente apresentou alteração (assimetria e/ou elevados valores de velocidade angular da componente lenta do nistagmo) em 30% no grupo controle, 53.3% no grupo migrânea sem aura, 76.7% no migrânea com aura, 63.3% no migrânea crônica. A eletronistagmografia mostrou maior prevalência de exames dentro da normalidade nos grupos controle (83.3%) e migrânea sem aura (40%). Nos grupos migrânea com aura e migrânea crônica se destacam a prevalência de exames com alterações centrais e periféricas (mistas): 50% e 36.7%, respectivamente (x² 41; p<0.001). Conclusão A análise dos aspectos emocionais evidencia maior intensidade de sintomas depressivos nos grupos com migrânea, assim como maior impacto da tontura nessas pacientes, principalmente nos grupos de migrânea com aura e crônica. A presença de sintomas como foto e fonofobia durante os episódios de tontura revela o possível link entre vias trigeminais e vestibulares. O processo disfuncional apresentado pelas pacientes portadoras de migrânea, potencializado pela presença de aura ou cronicidade dos sintomas, torna-se ainda mais complexo pelas alterações nos testes pendular e eletronistagmografia sugestivos de alterações mistas. Dessa forma fica evidente a importância de uma abordagem multidisciplinar na avaliação dos pacientes e que a migrânea pode ser um preditor da incapacidade relacionada à tontura. III. Tópico 16 Migranas incluyendo migrana vestibular
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Carneiro, C., Aline, O., Andreia, C., Gabriela, F. D., & Grossi, D. (2019). FUNÇÃO VESTIBULAR, INCAPACIDADE E SINTOMAS EMOCIONAIS RELACIONADOS A MIGRANEA. Revista ORL, 10(6), 2.13. https://doi.org/10.14201/orl.21098

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Biografía del autor/a

Camila Carneiro

,
Ribeirao Preto Medical School - University of Sao Paulo - Brazil

Oliveira Aline

,
Ribeirao Preto Medical School - University of Sao Paulo - Brazil

Carvalho Andreia

,
Ribeirao Preto Medical School - University of Sao Paulo - Brazil

Fabiola Dach Gabriela

,
Ribeirao Preto Medical School - University of Sao Paulo - Brazil

Debora Grossi

,
Ribeirao Preto Medical School - University of Sao Paulo - Brazil
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