Civilización en juego: retraso versus modernidad en el Mundial de 1950 a través de la prensa escrita brasileña
atraso X modernidade na Copa do Mundo de 1950 através da imprensa escrita brasileira
Resumen Disputada en suelo brasileño en 1950, la IV Copa Mundial de Fútbol asumió, a los ojos de la prensa brasileña, un conjunto de significados que iban más allá de su aspecto meramente deportivo, presentándose como una posibilidad única para que Brasil se mostrara al mundo como una nación civilizada, moderna, capaz de grandes logros. Sin embargo, tras la inesperada derrota ante Uruguay en el último partido, se buscaron explicaciones y se produjeron culpables de lo ocurrido dentro de las cuatro líneas del maracaná. Este proceso acabaría por rescatar viejas perspectivas sobre las autoimágenes brasileñas, despectivas, herederas del período colonial pero reforzadas por la intelectualidad de finales del siglo XIX y principios del XX, que consideraban al propio pueblo brasileño, debido a factores como la mestizaje y el clima, condenados al retraso ante un modelo europeo de civilización. Sin embargo, la mitad del siglo XX también está marcada por una perspectiva opuesta, heredada del Modernismo, que, en sentido contrario a las perspectivas entonces tradicionales, consideraba el mestizaje un factor positivo, difundiendo una imagen de originalidad para la cultura brasileña y la idea de un futuro prometedor para la nación. Así, la cobertura del evento por parte de la prensa deportiva asumió un significado que proyectó sobre la selección brasileña de fútbol y su desempeño en el campo la disputa entonces existente entre estas dos perspectivas, como si el brasileño seleccionado tuviera el poder de encarnar, a través de sus actuaciones en el campo, la esencia misma de la identidad nacional brasileña, mimetizando, según los resultados, una historia y un destino condenados a fracasos o destinados a conquistas.
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